122 toneladas de resíduos e entulho por dia são gerados na construção civil brasileira. Os programas de Gerenciamento de Resíduos Sólidos na construção civil, além de serem obrigatórios pela legislação vigente, minimizam impactos ambientais.
A construção civil hoje se encontra em expansão; por mais que os processos de construção pareçam simples, a engenharia dispõe hoje de uma série de mecanismos que propiciam às pessoas cada vez mais segurança, conforto e qualidade. Apesar disso, vale ressaltar que a engenharia, por mais avançada que esteja, peca em uma série de pontos, e o descarte de entulhos é um deles.
O impacto que o ambiente sofre durante a realização de uma obra, seja ela qual for e independente do tamanho, é inegável. Quanto a isso, é claro que muitas vezes não há o que fazer. Porém, quando falamos de resíduos, aí nós precisamos realmente começar a pensar numa maneira eficiente de nos desfazermos deles.
Aqui no Brasil, quando o assunto é resíduo, os números costumam ser bastante alarmantes: a construção civil é responsável por gerar 122,262 toneladas de resíduos diariamente. Esclareçamos que esse número está longe de ser apenas um valor aproximado, já que se trata de um estudo orquestrado pela ABRELPE (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), sob o nome de “Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil”.
Em suma, 50% de todo o material desperdiçado na construção civil – valor que chega a constituir 850 mil toneladas de entulho por mês – costuma parar em aterros sanitários. É o material sem utilidade que as construções geram, material sem proveito que chamamos também de “caliça” ou “metralha”.
No passado, nunca houve tanta preocupação com os resíduos gerados em obras, eles eram simplesmente depositados em caçambas estacionárias, e, no fim do expediente, transportados até os lixões, onde encontravam seu destino final. Esse descaso com os resíduos acarretou numa série de problemas não só à vida como um todo, como causou problemas principalmente ao meio-ambiente (afetando lençóis freáticos, poluindo, degradando, etc.).
Tamanho o impacto, a legislação brasileira responsável por reger o meio-ambiente precisou se fortalecer e intervir de maneira mais categórica.
Hoje, o assunto é outro. A legislação não permite mais que os resíduos de obras – “caliças” ou “metralha” – sejam depositados e esquecidos em lixões. Há de se haver todo um cuidado, toda uma preocupação com o posterior, e, nisso, surgiu todo o mecanismo de controle (e conjunto de normas) que se atende pelo nome de Gerenciamento de Resíduos.
De acordo com essa política de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, respaldada na Lei nº 12.305/2010, “[as obras] devem garantir ao máximo o reaproveitamento, a reciclagem e a minimização dos rejeitos”. Em outras palavras, o Gerenciamento de Resíduos adota medidas que auxiliam não só na coleta e transporte desse lixo, como também em seu transbordo, tratamento e destinação final. E o que talvez seja o mais importante: o Gerenciamento de Resíduos afirma – ênfase agora! – que “cada gerador é responsável por seus resíduos”.
Na realidade, a Lei 12.305/2010 veio para se fazer saber que, muito além de construir, a construção civil sustentável é agora uma grande responsabilidade social.
