Um dos problemas enfrentados na Construção Civil é o descarte dos materiais, em especial do concreto, que deve ser dispensado de forma consciente, para obter sustentabilidade e não causar impacto ambiental.
Em média, entre 2% e 3% de tudo que uma concreteira produz acaba retornando para as plantas e é descartado como resíduo. Essa devolução do material não utilizado no canteiro ocorre de duas formas distintas. A primeira é o lastro, material que fica impregnado no interior da betoneira após o descarregamento total do concreto. Já a sobra envolve qualquer volume residual não descarregado na obra e devolvido à concreteira.
Praticamente todos os tipos de concreto podem ser reciclados, como o endurecido e o fresco. As exceções são os especiais, como o pigmentando, que ao ser aproveitado resultará no concreto colorido. O mesmo vale para o que recebe adições de fibras.
Para reciclagem do concreto endurecido é utilizado um britador especialmente desenvolvido para essa finalidade. O agregado que é produzido na britagem das sobras de concreto endurecido é conhecido como agregado reciclado.
Concreto fresco
Há duas maneiras de se reciclar o concreto fresco. A primeira é por meio de um aditivo estabilizador que reduz a velocidade de hidratação do concreto, prolongando o tempo o material em estado fresco. A segunda envolve o uso de equipamentos mecânicos – os recicladores – e a lavagem forçada do material, com água sob pressão, que separa o cimento dos agregados. O agregado obtido deste processo de reciclagem é conhecido como agregado recuperado.
Benefícios da reciclagem
O principal ganho na reciclagem é o ambiental. Porém, é importante avaliar o balanço ambiental caso a caso, considerando quesitos como método de reciclagem, equipamentos, demanda de energia do processo e qualidade do produto resultante.
Além dos ganhos ambientais, há também o benefício econômico para as concreteiras e construtoras. Vale destacar as reduções nos custos de produção decorrentes da economia de matéria-prima de retirada e disposição de resíduos.
Sustentabilidade na Construção Civil
Conselho Internacional da Construção (CIB) aponta a indústria da construção como o setor que mais consome recursos naturais e utiliza energia de forma intensiva. Além disso, estima-se que mais de 50% dos resíduos sólidos gerados pelo conjunto das atividades humanas sejam provenientes da construção.
A Agenda 21 para a Construção Sustentável em Países em Desenvolvimento, define sustentabilidade na construção civil como: “um processo holístico que aspira a restauração e manutenção da harmonia entre os ambientes natural e construído, e a criação de assentamentos que afirmem a dignidade humana e encorajem a equidade econômica”, enfatizando “a adição de valor à qualidade de vida dos indivíduos e das comunidades”.
ABC da sustentabilidade
O Ministério do Meio Ambiente (MMA) disponibiliza uma cartilha que traz orientações sobre como fazer moradias sustentáveis que gerem economia e durabilidade. O objetivo é difundir práticas de obras sustentáveis, permitindo a otimização dos recursos financeiros e naturais investidos. A publicação Construções e Reformas Particulares Sustentáveisfaz parte da série Cadernos de Consumo Sustentável, do MMA.
A cartilha traz um mapa que mostra, em cada cômodo da casa, quais são as opções para execução de uma obra dentro dos conceitos de sustentabilidade e aponta quais são as melhores disposições dos ambientes em uma residência para garantir o grau adequado de insolação e ventilação natural de cada lugar.